O engenheiro eletricista e o futuro sustentável. Onde e como trabalhar

Autor: Matheus Pferl - Estagiário de Jornalismo

A Engenharia Elétrica é considerada uma das carreiras mais importantes do presente e do futuro. Ligada à tecnologia, é indispensável no funcionamento de outras áreas e no dia a dia de todos nós. O Brasil é um grande destaque na produção de energia limpa, com a Itaipu Binacional, uma das maiores hidrelétricas do mundo, além das fontes de energias renováveis, como a solar e a eólica. O mercado para o engenheiro eletricista está em alta, mas onde ele pode atuar?

Para falar mais sobre o assunto, no último dia 13.maio.2021 tivemos uma live da Escola Politécnica da Uninter de Porto Alegre (RS), sobre a atuação do Engenheiro Eletricista no mundo das energias renováveis. A palestra foi dada pelo professor Juliano de Mello Pedroso, coordenador do curso de Engenharia Elétrica da Uninter, com mediação da professora Gicele Santos.

Quando pensamos em engenharia elétrica, logo vem à mente a imagem de um trabalhador rodeado de cabos, fios e com mapas de instalações elétricas. Entretanto, quem opta por fazer o curso pode atuar em diversas áreas, com um mercado de trabalho muito grande.

Hoje é impossível imaginar um mundo sem energia elétrica, ainda mais com tantos avanços tecnológicos. Por isso, o curso de engenharia elétrica ganha cada vez mais força. Com a participação do Brasil na Agência Internacional para as Energias Renováveis (IRENA), houve um crescimento no mercado de energia solar e eólica, permitindo novos investimentos e geração de empregos na área.

Energias renováveis

Dentro das energias renováveis estão as usinas hidrelétricas, que têm destaque na matriz energética brasileira. Juliano fala sobre os pontos positivos e negativos. “O Brasil é abençoado em quedas d’água, então temos um recurso hídrico muito grande e diversos jeitos de utilizar as hidrelétricas. A principal vantagem é que depois da hidrelétrica feita, só há o custo de manutenção. É uma energia limpa, que utiliza a água para girar as turbinas e é uma coisa que temos em abundância. Temos a água e a energia elétrica”, afirma.

“O grande problema é que é um recurso limitado, as chuvas tem que cair para que água vá para a hidrelétrica, e com a hidrelétrica nós modificamos o clima daquele lugar. Quando colocamos uma grande quantidade de água, nós inundamos aquela região, e isso mata toda a fauna e flora, além de mudar o clima, que fica mais chuvoso. E o custo de instalação é gigantesco, existe todo um suporte para fazer a construção, é um projeto grandioso”, explica Juliano.

Outra opção é a energia eólica, que é a energia proveniente dos ventos. Constrói-se uma torre, e o ventilador, ao invés de gerar vento, recebe o vento para gerar energia. Ela é limpa, renovável, e não emite gases e poluentes. Juliano fala sobre uma questão interessante: “Algumas pessoas dizem que ela polui o ambiente visualmente, pois ela influencia na migração dos pássaros e mata os que batem nas hastes. Porém hoje existe uma adaptação pensada para não ter esses problemas com os animais”, ressalta.

Outra energia renovável é a biomassa, um material constituído de origem orgânica, que vem de origem animal ou vegetal, obtida através da combustão de lenha, do bagaço da cana, resíduos florestais, resíduos agrícolas, entre outros.  É renovável, pois é possível plantar de novo. Tudo que você pode queimar e gerar algum tipo de energia é considerado biomassa.

Porém, a principal energia renovável é a solar. Funciona a partir de placas solares que captam luz, empregando o calor dos raios solares para geração de eletricidade (em sistemas de energia solar fotovoltaica e energia heliotérmica) ou aquecimento de líquidos (energia solar térmica). Existem atualmente as “fazendas de energia solar”.

São lugares com maior incidência de tempo ensolarado e seco, onde as pessoas tiveram a ideia de colocar painéis solares. “Imagine hectares de painéis solares. São painéis em lugares gigantescos para criar muita energia. Trazem um grande benefício para a região, produzindo empregos e muito mais”, completa Juliano.

A energia nuclear não é renovável e divide opiniões, trazendo medo, riscos, mas também algumas vantagens. “A energia nuclear é fantástica, ela poderia ser a solução de muitos problemas. A vantagem é que ela é uma energia limpa, tem autoeficiência e abundância de material, apesar de não ser ilimitado. O grande medo são os perigos do material radioativo. A partir do momento que a gente conseguir tirar todas as dúvidas sobre o descarte da energia nuclear, nós teremos uma energia muito limpa”, afirma.

Mercado livre de energia 

Existe um ambiente de negócios onde vendedores e compradores podem negociar energia elétrica, esse ambiente é chamado de “Mercado livre de energia”. Os produtores de energia podem vender essa energia para aqueles que precisam. Hoje esse mercado está limitado a grandes consórcios de energia.

A empresa gera energia para si e pode gerar para outras pessoas também, geralmente por um valor bem mais baixo. “O mercado de energia é o mercado do futuro da energia elétrica. Vamos poder barganhar, comprar energia, como se fosse algo comum, e isso é fantástico”, diz Juliano.

Áreas de atuação do engenheiro

Quem estuda Engenharia Elétrica dá os primeiros passos para uma carreira importante. Um engenheiro eletricista pode atuar em todas as áreas onde a transmissão de sinais elétricos esteja presente, desde instalar uma rede de transmissão de energia em uma casa ou fazer a transmissão de um sinal por telefone. O profissional é muito requisitado em:

  •  Automação: Definindo o hardware (a parte física, o conjunto de aparatos eletrônicos, peças e equipamentos que fazem o computador funcionar) a ser utilizado. Além disso, o engenheiro eletricista projeta o funcionamento lógico do sistema com o objetivo de eliminar a realização de tarefas repetitivas, buscando a otimização do processo.
  • Construção: Trabalha juntamente com o engenheiro civil e o arquiteto, planejando a instalação elétrica do local, tendo em consideração as normas de segurança e as necessidades do cliente.
  • Telecomunicação: Planificando e organizando a transmissão de dados e imagens, e oferecendo manutenção e assessoria.
  • Fornecimento de energia elétrica: Atua na criação de hidrelétricas, usinas eólicas e solares. Define o dimensionamento de turbinas e contribui em sistemas de armazenamento e redes de transmissão.
  • Eletroeletrônica: Participa do desenvolvimento de sistemas e componentes eletrônicos. Cria placas eletrônicas que garantem o funcionamento de vários equipamentos de uso doméstico ou industrial.

O engenheiro eletricista pode atuar também no setor público, em empresas de geração e transmissão de energia, indústria petroquímica e consultorias. Além disso, pode desenvolver sua carreira no exterior ou trabalhar como autônomo, formando seu próprio negócio no ramo da energia e eletricidade. Também pode atuar na área acadêmica, transmitindo conhecimentos e experiências no ramo.

Gicele finalizou o evento deixando uma mensagem aos alunos: “Lembrem-se, vamos fazer a diferença, pensar em alternativas, sair da zona de conforto, pensar em tecnologias novas, para que possamos reduzir custos, utilizando formas e técnicas de geração de energia limpa, vamos desenvolver pesquisa no nosso país, isso é muito importante”, afirma.

O evento contou com a participação do público em todos os momentos, interagindo com perguntas que enriqueceram o debate. Você pode acompanhar a gravação completa no Facebook oficial da Uninter de Porto Alegre.

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Autor: Matheus Pferl - Estagiário de Jornalismo
Edição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro


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