Música e educação: essa dupla resistiu à pandemia

Autor: Dinamara Machado e Márcia Regina Mocelin*

Que momento ímpar está vivendo o nosso planeta! Passamos do momento do pânico, da busca pela vacina, do estranhamento com governantes, das incontáveis mortes e alguns até ousam relativar a covid-19. Basta abrir os jornais, ligar-se em qualquer dispositivo, que ainda circulam conceitos do “vírus, medo, morte, pandemia, hospital, respiradores, doenças crônicas”, convivemos com notícias que brasileiros não tão honrosos tiveram coragem de fraudar para levar vantagem em momento tão complexo. Diante do amplo espectro de novidades, e de alguns que já preveem ou desenharam o novo normal, devemos nos perguntar: para onde vamos? Por que isso tudo está acontecendo? Por que devo fazer isso ou aquilo? E depois disso tudo o que faremos? Como seremos? Para onde vamos? O que vamos fazer de diferente? Que lição ficou? Pois é!…, e agora, José? Lembrando o poeta!

O ato de ensinar, a escola, os professores, os gestores, a educação em suas múltiplas formas nos proporcionam reflexões das mais variadas sobre a multiplicidade e a pluralidade que podemos encontrar no momento de estabelecermos de que maneira vamos atingir os objetivos de ensino e aprendizagem. Dentre muitas disciplinas que concorrem para a formação humana, creio ser indubitável a importância que a educação musical e, portanto, cultural revelam ao nosso mundo, desde seus primórdios.

É a educação em sua essência que oportuniza ao indivíduo o acesso a música enquanto arte, linguagem e conhecimento. A educação musical, assim como a educação de maneira geral e plena do indivíduo acontece ao longo de sua vida, de duas formas. Uma destas é através da sociedade, da indústria cultural, do folclore, ou seja, assistematicamente, e a outra, por sua vez é diretamente contrária, sistemática e acontece através de instituições como a escola.

O grande papel da escola enquanto formadora de seres humanos é fazer com que ocorra a musicalização do indivíduo, mas, ressalte-se que essa função de musicalizar passa longe do papel de formar músicos profissionais ou mesmo alguma expertise na área. A função da escola é dar condições para que o indivíduo compreenda essa linguagem quando ouve ou até mesmo quando executa música. Musicalizar caminha no sentido de dar ao indivíduo as ferramentas necessárias para compreender e utilizar a linguagem musical.

Feche seus olhos por um instante. Imagine que não existisse música. Imaginou? Não conseguiu? Interessante como naturalizamos as coisas que estão no nosso dia a dia. Não dá para imaginar o mundo sem música, sem sons, sem harmonia, melodia, ritmo. É simplesmente impossível ser indiferente a música, ainda que aos ouvidos não pareça agradável, ou não se encha de significados, ainda assim não é possível ficar alheio.

Música é alegria ou dor, é lembrança ou presente, é movimento, mas não inércia. Lembrando o filósofo alemão, Arthur Schopenhauer, em sua definição mais conhecida sobre o espírito em relação a música: “a música exprime a mais alta filosofia numa linguagem que a razão não compreende”.

Música, acima de tudo, cumpre o papel de ser instrumento de aprendizagem na escola, mas também se revela uma linguagem universal. A música se comunica, se expande, transpõe qualquer barreira do desconhecido.

A música transcende!

A educação é a continuidade da esperança!

Com educação e música é possível resistir até numa pandemia.

* Dinamara Machado (PhD) é diretora da Escola Superior de Educação da Uninter. Marcia Regina Mocelin (PhD) é presidente do Instituto Música e Arte.

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Autor: Dinamara Machado e Márcia Regina Mocelin*


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