Exemplos da educação portuguesa para a capacitação de estudantes e professores

Autor: Flávio Ducatti - Estagiário de Jornalismo

Uma das missões da Uninter é transformar pessoas por meio da educação. A cada semestre, a instituição realiza o Global Meeting, série de palestras que discutem os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) durante uma semana. A primeira edição do Global Meeting de 2023 tratou do ODS 4 (Educação de Qualidade), vislumbrando a garantia de educação inclusiva e de qualidade.

A palestra de encerramento comparou cenários educacionais de diferentes países lusófonos. Diferentemente do Brasil, em Portugal a educação pré-escolar não é obrigatória, somente a partir dos seis anos é que inicia o ensino básico obrigatório dividido em três ciclos. Nele são ofertados cursos vocacionais, uma introdução ao trabalho.

O ensino secundário vem em seguida, que corresponde ao ensino médio brasileiro. Ele conta com várias especialidades de cursos profissionais, entre elas a formação científico-humanista (ensino médio regular) e artístico-especializado (com foco profissionalizante nas artes).

Esse ensino básico está inserido num cenário europeu e, portanto, segue todos os padrões europeus do Processo de Bolonha, de 1999. Esse acordo diz respeito ao tratado assinado na cidade italiana que o nomeia, em que ministros da Educação de diversos países do continente se reuniram para dar início a um processo de convergência educacional. O foco era na facilitação do intercâmbio de graduados entre os 29 países participantes.

Antes disso, o sistema de ensino em Portugal sofria uma série de dificuldades estruturais, como a formação, qualificação profissional, insucesso, abandono escolar, desigualdade de oportunidades, ausência de política de qualificação e controle de qualidade. A partir da reforma e dos padrões exigidos no ensino europeu, o ensino português passou a se transformar, principalmente num processo de democratização do ensino secundário.

“Uma outra mudança bastante significativa foi em relação à formação continuada dos profissionais de educação. Com o Processo de Bolonha, a formação de professor tanto do ensino básico quanto secundário precisa passar por três anos de licenciatura e mais dois anos de mestrado, ou seja, o professor em Portugal da educação básica tem cinco anos de formação e é no mestrado que ele vai buscar a especialização. Um professor que só faz a licenciatura ainda não está habilitado a assumir uma sala de aula”, explica a professora Katia Gonzaga, da universidade estadunidense Logos University International.

A formação de professores em Portugal se dá em duas instâncias: ensino universitário, em que as tradicionais universidades têm como grande objetivo a promoção de investigação e criação de saberes e o ensino politécnico, que também faz a formação do professor, mas a ênfase se dá na investigação aplicada e no desenvolvimento com vista ao exercício das atividades profissionais.

“Muitos estudantes de formação de professores dão prioridades para os institutos politécnicos porque eles consideram que no politécnico terão mais oportunidade de entrar rapidamente no mercado e no cotidiano da sala de aula”, ressalta Katia.

Atualmente, o sistema educacional português enfrenta grandes desafios com falta de profissionais da educação. Sendo considerado um dos países mais pobres da União Europeia, o custo de vida em Portugal é menor e, consequentemente, os salários são menores. Os estudantes com oportunidades de mobilidade, de conhecer outros países e ver as condições de trabalho fora de Portugal, se formam e vão embora para outros países.

Outro desafio é o investimento em escolas com falta de políticas públicas e práticas, em função dessas diferenças existem muitas resistências de professores e gestores a esse modelo de educação que a União Europeia incentiva.

Educação inclusiva e de qualidade foi tema do Global Meeting Uninter no dia 16 de fevereiro de 2022. A palestra completa pode ser acessado neste link.

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Autor: Flávio Ducatti - Estagiário de Jornalismo
Edição: Arthur Salles - Assistente de Comunicação Acadêmica
Créditos do Fotógrafo: Kampus Production/Pexels e reprodução YouTube


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