Dicas para proteger seu WhatsApp de clonagem

Autor: Armando Kolbe Junior*

Foi sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro, no dia 27 de maio de 2021, a Lei 14.155/2021 que aumenta as penas para crimes digitais. Inclui-se nessa lei os golpes aplicados no WhatsApp, como furtos praticados com dispositivos móveis, e estelionatos usando a internet, com pena de quatro a oito anos de prisão.

Entre os golpes que a lei pretende combater e reduzir, a clonagem do WhatsApp tem sido o mais frequente e comum, especialmente desde o início da atual pandemia. Normalmente, os criminosos utilizam-se desse expediente objetivando subtrair dinheiro das pessoas, aproveitando-se da lista de contatos, se passando pelo usuário, que por sinal acaba perdendo o acesso do seu próprio dispositivo.

Primeiramente o golpista ludibria o usuário se passando por uma empresa que o usuário conhece, entrando em contato pelo WhatsApp ou mesmo fazendo uma ligação dizendo que ocorreu um erro no sistema e que pode ser resolvido caso a vítima venha a informar o código que lhe foi enviado por SMS. Nessa mensagem está contido o código de verificação do número da vítima que, após confirmado, proporciona acesso a todas as mensagens e contatos ao golpista.

Assim o criminoso irá enviar mensagens para os contatos, na maioria das vezes com pedidos de dinheiro à família e amigos que, desavisados, acabam caindo no golpe e depositam o dinheiro, inclusive em quantidades vultuosas.

Para se proteger, de uma maneira simples, é importante ativar a verificação em duas etapas no WhatsApp. Estar atento, pode auxiliar e muito para se evitar esse golpe. Nunca envie, compartilhe ou informe o código de verificação que você recebe por SMS, nem para as pessoas conhecidas. Desconfie de qualquer mensagem que lhe foi enviada em nome de uma empresa, principalmente as que pedem confirmação de problemas técnicos.

Além da clonagem do WhatsApp existem as contas falsas que são criadas, com usuários de pessoas reais, para pedir dinheiro, não aparentando qualquer suspeita de fraude. O criminoso cria no WhatsApp uma nova conta, inserindo dados públicos de uma personalidade ou uma pessoa comum, como nome, foto de perfil e status. A seguir, entra em contato com os amigos de uma vítima, passando-se pela pessoa e se justificando por ter trocado o seu número. Normalmente, é até algo que possa acontecer, mas quando a pessoa começa a pedir dinheiro emprestado, podemos afirmar que é um golpe.

Caso seja contatado, peça alguma confirmação para verificar a veracidade da informação ou ligue para algum familiar conhecido para ter certeza de saber com quem você está falando. Outra maneira é acessar o perfil da pessoa em outra rede social e pedir a confirmação da conversa. No WhatsApp existe um recurso que identifica essa alteração. Para se proteger desse crime é aconselhável deixar os seus dados de perfil no privado, onde somente pessoas que constam em sua lista de contatos podem ter acesso a sua foto e status.

Os aplicativos espiões são bastante utilizados para roubar senhas de banco e monitorar cada atividade da vítima e o WhatsApp. São aqueles aplicativos aparentemente inofensivos, mas fazem uso de um sistema de spywares (software utilizado para coletar informações pessoais ou confidenciais do usuário) ou stalkerwares (software de monitoramento usado para perseguir alguém), que abrem a porta do seu dispositivo por alguma falha de sistema, uma brecha. Com isso, o golpista acessa a uma série de dados e informações pessoais, como conversas realizadas pelas vítimas, senhas de bancos e de outras redes sociais e, muitas vezes, até a localização da vítima em tempo real.

Esses aplicativos, normalmente, só conseguem ser instalados quando o criminoso tem acesso físico ao celular das vítimas. Um dos casos mais comuns ocorrem quando um cônjuge ciumento quer monitorar as atividades de seu parceiro(a), instalando um malware. Além desses casos, os hackers (indivíduo que se dedica, com intensidade incomum, a conhecer e modificar os aspectos mais internos de dispositivos) promovem ataques por meio de Phishing e a vítima acaba instalando um aplicativo espião no dispositivo. Devemos lembrar que mesmo que seja instalado, objetivando monitorar o parceiro ou no caso dos hackers de roubar os dados das vítimas, fazer uso de aplicativo espião é crime. Nesses casos, um bom antivírus, capaz de identificar as ameaças, agindo em tempo real, notifica sobre o risco que você pode estar correndo.

Alguns indícios podem auxiliar na identificação de um possível monitoramento. Se a bateria do dispositivo estiver descarregando muito rapidamente é recomendado verificar a taxa de consumo para identificar se ocorreram, sem explicação, picos de utilização durante o dia. Esses sinais podem ser provenientes de problemas ocorridos no hardware ou software, mas, se além disso, você recebe diversas mensagens na tela, como pop-ups, há a possibilidade de ter sido afetado por um app espião. Outra arma, talvez a mais importantes, para combater esses criminosos é a informação. Se você foi vítima de algum golpe, avise seus amigos e familiares o quanto antes e alerte-os sobre solicitações de dinheiro. Após isso, busque recuperar a sua conta.

Outras atitudes, no WhatsApp, podem auxiliar nesse combate exaustivo. Em hipótese alguma compartilhe seu código de registro. Esse registro é recebido quando criamos uma conta no WhatsApp. Habitue-se a colocar senha em sua conta. Como já falamos anteriormente, a confirmação em duas etapas auxilia como uma proteção extra da sua conta. Deixe a sua foto disponível somente para os amigos, dificultando assim a clonagem de seu WhatsApp. O WhatsApp tem uma página disponível onde orienta em diversos casos.

Mas devemos nos lembrar que a maior barreira contra os criminosos, nesses casos, é o uso consciente do aplicativo, bem como atualização constante do software e, principalmente, um bom antivírus, pois afinal de contas não devemos facilitar para os criminosos.

* Armando Kolbe Junior (foto) é coordenador do curso de Gestão de Startups e Empreendedorismo Digital na Uninter.

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Autor: Armando Kolbe Junior*


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