Dia Mundial de Combate às Pragas Urbanas: quando há desequilíbrio na saúde única

Autor: Willian Barbosa Sales (*)

No dia 6 de junho, é comemorado o Dia Mundial de Combate às Pragas Urbanas. A data foi criada em 2017 pela Associação Chinesa de Controle contra Pragas (ACCP) com o principal objetivo de conscientizar e sensibilizar a população sobre as principais doenças de cunho zoonótico transmitidas por animais e insetos. Além disso, a data é uma alerta para a importância da prevenção por meio de métodos científicos, a fim de mitigar o problema e promover o controle efetivo das pragas.

Afinal, o que são as pragas urbanas? São diferentes espécies de animais que coexistem com os seres humanos em um mesmo ambiente, porém a despeito de sua vontade, ou seja, não são domésticos e muito menos silvestres, tecnicamente conhecidos como Fauna Sinantrópica ou Animais Sinantrópicos. Sua presença nos grandes centros urbanos é um problema de saúde pública, sendo seu monitoramento responsabilidade da vigilância sanitária, especificamente vigilância ambiental em saúde.

Quem são principais animais e insetos da fauna sinantrópica? Aranhas, baratas, carrapatos, escorpiões, formigas, morcegos, moscas, mosquitos, pombos, ratos, pulgas etc. Todos esses animais/insetos podem transmitir doenças e causar agravos importantes à saúde humana e à saúde animal, além de impactos na saúde ambiental, ou seja, na saúde única.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS),  aproximadamente 1 bilhão de pessoas ao redor do planeta estão expostas às doenças causadas pela fauna sinantrópica. Essas doenças respondem por aproximadamente 17% dos custos no tratamento das doenças infecciosas.

O que fazer para mitigar esse problema? Em um primeiro momento, pensar de forma unificada: pensar em formas eficazes de promoção da saúde humana, saúde animal e saúde ambiental de forma equilibrada, ou seja, pensar em saúde única. Em um segundo momento, compreender que as ações antrópicas (ações do homem) causam impactos muitas vezes irreversíveis, fazendo com que a fauna sinantrópica se adapte podendo ser um visitante eventual: ora estando presente no ambiente apenas em parte do seu ciclo de vida, ora ficando plenamente estabelecida naquele ambiente, no caso sua residência ou comércio.

O que fazer? Simples, todas as formas de vida para prosperar em um ambiente necessitam de água, alimento e abrigo. Portanto é só limitar e controlar o acesso a esses três itens. Conhecer o que serve de alimento e abrigo para cada uma das espécies citadas e promover medidas preventivas.

Existem três formas de controle de vetores e pragas: controle mecânico, biológico e químico. O controle mecânico é bem simples e eficaz, pois está relacionado a ações de saneamento básico e educação ambiental, como drenagem e retificação de criadouros, coleta e destino adequado do lixo, destruição de criadouros temporários e uso de telas em janelas e ralos.

Para o uso de outros controles mais agressivos, é de extrema importância a contratação de empresas especializadas no controle de vetores e pragas urbanas, a fim de que seja respeitado o equilíbrio preconizado pela saúde única. É importante que a empresa tenha licença de funcionamento, como licença sanitária, e esteja registrada no conselho regional ao qual pertence seu responsável técnico, principalmente para controle e uso adequado de produtos químicos extremamente nocivos e o uso adequado dos equipamentos de proteção individual.

O manejo de pragas urbanas consiste no uso integrado e racional de várias técnicas disponíveis necessárias a um programa unificado que venha a garantir a utilização harmoniosa, seletiva e oportuna de duas ou mais técnicas de repressão de pragas e, acima de tudo, respeitando a saúde humana, saúde animal e saúde ambiental.

*Willian Barbosa Sales é biólogo, doutor em Saúde e Meio Ambiente (UNIVILLE), coordenador dos cursos de pós-graduação área da saúde do Centro Universitário Internacional Uninter.

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Autor: Willian Barbosa Sales (*)
Créditos do Fotógrafo: Wikimedia Commons


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