A doença que o mundo não vê

Autor: Ketlyn Laurindo da Silva - Estagiária de Jornalismo

Segunda maior causa de doenças reumatológicas, a Fibromialgia acomete cerca de 3% da população brasileira. Estima-se que a síndrome de dor crônica atinja pessoas entres 30 e 50 anos, em sua maioria mulheres, de acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR). Dentre os sintomas, estão a fadiga, o distúrbio do sono, a alteração de memória e de atenção e a depressão.

Esse foi o tema do Programa Saúde em Foco, transmitido pelo canal da Tv Uninter, no dia 16 de agosto. A apresentadora Barbara Carvalho recebeu Fernanda Cercal, coordenadora do curso de Fisioterapia da Uninter e Daoana Alka, coordenadora do curso de Tecnologia em Análises Clínicas da Escola Superior de Saúde Unica (ESSU), para falar sobre o assunto.

Em 2025, foi sancionada a Lei nº 15.176/2025, que reconhece pessoas portadoras de fibromialgia como deficientes. A legislação também prevê acesso a tratamentos multidisciplinar. 

Diagnóstico tardio

Inicialmente, o problema abordado pelas professoras é a dificuldade para ser diagnosticado. Ambas contaram que em muitos casos a pessoa que sofre com esse problema não sabe exatamente qual especialista procurar. 

“O médico, por sua vez, faz um monte de exames para descartar outras doenças, outras situações. E, ao fim desses exames, quando não encontra nada, ele diagnostica com a fibromialgia. O que leva a outro problema, o diagnóstico tardio. Inúmeros pacientes demoram anos para obter uma resposta para suas dores constantes” afirma Cercal.

Impactos psicológicos 

Como uma condição limitante, a fibromialgia prejudica a funcionalidade no dia a dia de seus portadores, deixando a mais simples tarefa impossível de se realizar. Essa diminuição de autonomia traz consigo uma carga negativa de emoções, o que interfere no estado psicológico.

A professora Daoana Alka explica como os portadores da síndrome de dor crônica são mais suscetíveis a problemas relacionados a saúde mental. “Estudos que demonstram que são pessoas que têm uma facilidade maior de ter burnout, ansiedade, depressão crônica (…) por conta das suas limitações, acaba refletindo, tendo um impacto muito forte na saúde mental e na convivência social”.

Tratamento

O tratamento busca aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida. Ainda que a síndrome não traga deformidades ou problemas nas articulações, é necessário seguir algumas orientações, além da medicação, como ressalta Cercal.

“Os remédios têm, logicamente, um papel no tratamento, mas não é todo o tratamento. Essa pessoa precisa receber uma abordagem multiprofissional, incluindo fisioterapia, psicólogo e uma abordagem nutricional”, conclui.

Estudos científico de biomarcadores

A busca por biomarcadores para um diagnóstico mais preciso da doença, tem tido avançados significativos nos últimos anos, embora ainda não seja possível afirmar que a síndrome está relacionada a fatores genéticos, como explica Alka.

“Existem já alguns estudos que estão trazendo alguns marcadores genéticos. O que esses marcadores dizem é que há nos genes da pessoa portadora de fibromialgia uma possível alteração, como se fosse uma mutação genética, no lugar de um gene está outro”, diz a professora.

 

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Autor: Ketlyn Laurindo da Silva - Estagiária de Jornalismo
Edição: Larissa Drabeski
Revisão Textual: Nayara Rosolen - Analista de Comunicação Acadêmica
Créditos do Fotógrafo: Pixabay e Reprodução do Youtube


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