Agentes de IA já estão mudando seu banco — e a forma como você lida com dinheiro

Autor: *Alexandre Francisco de Andrade

A inteligência artificial deixou de ser apenas uma promessa para se tornar um motor de transformação no setor financeiro. A chegada dos agentes de IA — sistemas capazes de aprender, planejar e agir com autonomia — está redefinindo a forma como bancos operam, oferecendo ganhos expressivos em eficiência, escalabilidade e experiência do cliente.

Esses agentes vão muito além da automação tradicional. Eles não apenas executam tarefas, mas interpretam dados, identificam padrões e sugerem estratégias. Imagine um processo de concessão de crédito totalmente automatizado: um agente coleta dados do cliente, outro calcula a pontuação de crédito com base em análises preditivas, enquanto um terceiro avalia riscos de mercado. Em minutos, a decisão é tomada com justificativa regulatória e comunicação personalizada ao cliente. Esse nível de integração não só reduz custos, como também aumenta a precisão e a transparência.

Na gestão de tesouraria, por exemplo, agentes inteligentes podem monitorar saldos em tempo real, prever fluxos de caixa e sugerir ajustes automáticos para otimizar liquidez. Em atendimento ao cliente, chatbots evoluíram para consultores digitais, capazes de oferecer recomendações personalizadas de investimentos com base no perfil e nos objetivos do usuário. Bancos como Itaú, Bradesco e Santander já estão implementando soluções desse tipo, com plataformas que utilizam IA generativa para criar experiências hiperpersonalizadas e reduzir o tempo de resposta em processos internos.

Os números confirmam essa tendência. Segundo a Febraban, os bancos brasileiros devem investir R$ 47,8 bilhões em tecnologia até o fim de 2025, um aumento de 13% em relação a 2024, com 80% das instituições já incorporando IA generativa em suas operações. Globalmente, o mercado de IA no setor financeiro deve movimentar US$ 733 bilhões até 2027, e 78% dos bancos no mundo já implementam projetos relacionados à tecnologia. Além disso, estudos indicam que a IA pode elevar em até 35% a produtividade do setor bancário, enquanto a automação deve assumir mais de 60% das tarefas diárias, liberando profissionais para funções estratégicas.

Os benefícios são claros: processos mais rápidos, redução de erros e liberação de tempo para que profissionais se concentrem em tarefas estratégicas. Em vez de substituir pessoas, a IA amplia sua capacidade analítica, permitindo decisões mais embasadas e ágeis. Bancos que liderarem essa transformação não apenas ganharão vantagem competitiva, mas também definirão novos padrões de eficiência e inovação no setor.

É verdade que desafios existem — desde a integração com sistemas legados até a necessidade de governança robusta e transparência algorítmica. No entanto, esses obstáculos são superáveis com investimentos adequados em infraestrutura, compliance e capacitação. Com supervisão humana, regulamentação clara e foco na ética, os agentes de IA podem transformar a experiência bancária, tornando-a mais inteligente, segura e acessível.

 

*Alexandre Francisco de Andrade é Mestre em Engenharia de Produção e Coordenador nas áreas de Finanças e Agronegócio na UNINTER.

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Autor: *Alexandre Francisco de Andrade
Créditos do Fotógrafo: OpenIA ChatGPT e Thiago Silveira


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