10 dicas para uma comunicação eficaz e objetiva

Autor: Nayara Rosolen - Estagiária de Jornalismo

Uma boa comunicação é fundamental para se manter boas relações, seja no ambiente de trabalho, social ou familiar. Comunicar-se sempre foi uma questão de sobrevivência para o ser humano, como meio de interação, cooperação e até para aceitação no meio em que vive. Mesmo os bebês precisam emitir sons, ainda que através do choro, para ter suas necessidades atendidas. Isso se torna ainda mais importante quando é preciso falar frente a um público, pois não basta transmitir informações, a mensagem precisa ser compreendida.

“Muitas vezes você acha que conseguiu atingir o seu público, mas na hora do feedback, percebe que na realidade as pessoas não entenderam. Quando isso acontece, nós dizemos ‘não houve comunicação’. Para que haja comunicação, os falantes precisam compreender qual é o objetivo daquela fala naquele momento, o que se espera dele. Isso, na teoria da comunicação é um dos pilares, é muito importante. Não basta apenas que a gente transmita alguma coisa, que a gente passe uma informação. É preciso que a gente tenha certeza de que aquilo que nós comunicamos foi claro, objetivo, as pessoas compreenderam”, explica a professora Maristela Gripp, que atua no curso de Letras da Uninter.

O aumento da frequência de reuniões, eventos e participação nas mídias digitais durante a pandemia exigiu uma comunicação ainda maior e melhor, principalmente para aqueles que não tinham o hábito de utilizar as ferramentas virtuais disponíveis. Devido a essa importância, Maristela, junto às professoras Marjorie Wilt e Renata Burgo, abordaram o assunto no curso de extensão Falando em público: buscando uma comunicação eficaz e objetiva, realizado pelo setor de Educação de Jovens e Adultos (EJA) da Uninter, no dia 23.mar.2021. Confira as dicas compartilhadas pelas profissionais:

1. Saber o que vai falar: O primeiro passo é estudar sobre o assunto que será abordado. Entender o objetivo da fala e realizar um roteiro pode colaborar neste momento. Mas fazer um guia, não significa decorar o que dizer. Isso, na verdade, pode atrapalhar, caso surja algum imprevisto. “O melhor caminho é você estudar bastante, ler fontes boas, bons autores que tratem do assunto. Anotar as ideias principais, aquilo que pode ser relevante para a sua fala. Você não vai apresentar todo esse texto para o seu público, mas você vai trazer alguns tópicos sobre esse tema, que serão desenvolvidos por você”, aconselha Maristela.

2.Saber a quem vai se dirigir: É importante saber qual é o público para quem se fala, pois só assim será possível adequar a linguagem ao perfil da plateia, de acordo com a faixa etária e o nível sociocultural, por exemplo.

3.Determinar os objetivos: Segundo Maristela, é importante se perguntar qual é o objetivo e a intenção, para que então possa proferir a apresentação de forma persuasiva, já que a meta principal é “o convencimento, tentativa de levar as pessoas a adotarem o ponto de vista”.

4.Consultar outras pessoas: Planejar junto, pedir opinião e escutar críticas de quem também entende e fala sobre o assunto ajuda a corrigir possíveis falhas e realizar ajustes necessários. Ainda que muitos carreguem o pensamento de que compartilhar uma ideia pode dar espaço para que ela seja “roubada” e resulte na perca do mérito, Renata pontua que “conhecimento não tem dono”. Os conhecimentos são passados por gerações, discussões, escritas e reescritas, cada um os guarda e dá destaque no que acha mais relevante. “Nós precisamos entender que, quando a gente está no coletivo, a gente pensa melhor”, conclui.

5.Saber como dizer: Escolher a melhor forma de expor o tema, a tonalidade da voz, as expressões faciais, as atitudes corporais, os gestos e os recursos audiovisuais é essencial para se consiga transmitir os conhecimentos, sem criar ruídos na mensagem. Um exemplo de falha na comunicação é quando se fala de um assunto alegre, mas com as expressões sem nenhum entusiasmo, ou vice-versa. Nesse ponto, também é importante cuidar da voz, realizar exercícios vocais ou até mesmo cursos de oratória, sessões com um fonoaudiólogo, se achar necessário.

6.Atenção ao uso da língua: As professoras indicam evitar termos muito técnicos, os quais nem todos têm conhecimento. Assim como gírias, jargões, repetições exageradas. O melhor é utilizar uma linguagem “simples e cuidada”, com a pronúncia clara. Outros erros são os clichês, os chavões, as frases prontas e as verdades universais. Alguns dos exemplos apresentados são “fechar com chave de ouro”, “a pressa é inimiga da perfeição”, “é preciso pensar positivo”, “as pessoas precisam se conscientizar”.

7.Ser claro e objetivo: Ir direto ao ponto, sem “rodeios”, é o melhor caminho, com a utilização de palavras simples e curtas. “Falar bem não é falar difícil”, salienta Maristela.

8.Vencer o medo e a ansiedade: A ideia aqui é “transformar energia negativa, que deixa você inseguro na hora de falar, em uma energia positiva. Isso torna o momento mais prazeroso e entusiasmante, substitui o sentimento de medo por uma oportunidade de aprender mais. “Falar se aprende falando”, afirma Maristela. Renata propõe pensar sobre as apresentações de “forma positiva”, imaginar uma boa apresentação, como gostaria que acontecesse. “Aí entra a neurolinguística, o lado da psicologia. Isso vai ajudar muito o seu cérebro a gravar aquele momento como positivo. E a hora que ele realmente for acontecer, as reações orgânicas do seu corpo serão mais tranquilas”, completa.

9.Ensaiar: A maioria das pessoas não têm o costume de se dirigir a um público, para isso é necessário treinamento. A professa Renata aconselha um ensaio em frente ao espelho, pois isso possibilita assistir a si próprio e permite reforçar os pontos fortes e corrigir os fracos.

10.Dominar o conteúdo: Para falar sobre algo, é preciso conhecimento sobre o assunto. Comentar, pesquisar, ler em diferentes fontes, ouvir especialistas e selecionar o material mais adequado é a base de uma boa transmissão de informação e conhecimento. Isso ajuda até mesmo em situações de timidez ou nervosismo.

“Se você está seguro, se você fez todo aquele conteúdo, o planejamento, por dentro você pode estar tremendo, mas isso não vai acabar passando para quem está te ouvindo”, ressalta a professora Marjorie.

Maristela lembra que “todos tiveram um começo, ninguém nasceu pronto”. “Luther King [foto], Michelle Obama, Rui Barbosa, Lélia Gonzalez, Gandhi, ninguém chegou pronto no mundo como grande orador, grande palestrante, mas todos foram se construindo ao longo de suas vidas, se aperfeiçoando. Quem sabe um dom, quem sabe uma facilidade maior, quem sabe a própria vida encaminhou para uma profissão que exija essa exposição pública, mas o fato é: todos tiveram um começo e todos se prepararam para ele. E esse é o nosso desejo para vocês, que vocês aproveitem as oportunidades, mesmo tremendo um pouquinho. Mas não deixem de aproveitar a oportunidade de se aperfeiçoar em uma prática que pode ser bastante útil para a gente.”

Renata também fez uma exposição sobre a linguagem corporal e como pode colaborar, prejudicar ou não provocar efeito algum. A docente lembra que “a comunicação é uma conquista” e que depois de uma apresentação, algo sempre fica marcado, tenha sido ela boa ou ruim. O importante é que com a prática, as experiências se tornam melhores, de forma gradual. O que pode ajudar é conhecer não só o conteúdo, mas também o local onde será exposto, quais ferramentas e espaço existem à disposição.

“Nós estamos em constante processo de transformação e de formação. A nossa postura diante de tudo o que acontece com a gente vai ou nos ajudar a escrever mais experiências positivas ou mais experiências negativas, depende do que eu faço com aquilo que chegou até mim”, conclui.

As professoras debateram sobre o assunto em uma live de dois blocos, que contabiliza mais de 1,6 mil visualizações. O bate-papo completo segue disponível para acesso, na página EJA Uninter e no canal da Escola Superior de Educação.

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Autor: Nayara Rosolen - Estagiária de Jornalismo
Edição: Mauri König
Créditos do Fotógrafo: Julian Wasser


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