Inserção Social
Em vista do caráter profissional de nosso programa, há um claro direcionamento das pesquisas para a resolução de problemas locais, identificados por profissionais pesquisadores da área da educação. Como regra geral, os pesquisadores inscritos em nosso programa investigam problemas oriundos de sua atuação profissional, o que fica evidente no texto de apresentação das teses e dissertações, quando não em seus respectivos título e resumo. Alguns exemplos são listados abaixo para evidenciar esse caráter de inserção social:
- Percepções de docentes dos anos iniciais do ensino fundamental da rede pública municipal de cidades do noroeste do Paraná sobre o uso de tecnologias digitais em sala de aula – Roseli de Souza Martins, mestrado, 2024
- Proposta de intervenção para auxiliar professores no uso de mesa digital com estudantes de inclusão nas escolas do campo – ilhas, município de Paranaguá – Andressa do Carmo, mestrado, 2024
- Uma proposta de alfabetização e letramento no contexto da educação indígena – Marinez Silva Santos Souza, mestrado, 2024
- Plano de segurança escolar: uma proposta para a escola na modalidade de educação especial no Paraná – Ivy Priscila Cassimiro Nair, 2023
- Os cenários históricos, memorialísticos e patrimoniais do município de Araucária enquanto território de aprendizagem na perspectiva das cidades educadoras – Sueli de Fátima Ferreira de Andrade, mestrado, 2022
- Processos avaliativos e suas tecnologias: as perspectivas dos docentes do Colégio Militar de Brasília no período pós-março de 2020 – Helen Cristina Minardi Baumgratz, doutorado, 2024
- O conectivismo e a formação de professores: um estudo com docentes do município de Apodi/RN – Maria Ieda da Silva, doutorado, 2024
- Cibercultura e práticas pedagógicas mediadas pelas tecnologias digitais: saberes e fazeres de professores da educação básica em Conceição-PB – Ennio Alves de Souza Andrade Lima, doutorado, 2023
Vale lembrar que todas as pesquisas desenvolvidas em nosso programa resultam num produto, que tem como objetivo central transformar os resultados da pesquisa num objeto que possa ser aplicado na comunidade educacional onde o pesquisador está inserido.
O PPGENT possui um convênio com a Secretaria Municipal de Educação da prefeitura de Curitiba, por meio do qual são realizadas diversas atividades de formação continuada para os professores, além de oficinas para os estudantes e do apoio à realização de eventos educacionais e científicos. No ano de 2021, durante a pandemia de Covid, foram realizadas oficinas online, com temas diversos.
No ano de 2022, as oficinas foram presenciais, com 04 encontros realizados entre abril e maio, na sede da Uninter. O tema escolhido para o evento, que atendeu a 50 professores, em dois turnos, foi “A exploração espacial nas práticas de ciência e tecnologia”. As oficinas buscaram explorar possibilidades do ensino da educação espacial junto ao público de docentes do ensino fundamental.
Devido ao sucesso desta temática, no ano seguinte fomos requisitados a continuar o trabalho voltado ao ensino de ciências e astronomia. Assim, foi realizada uma nova rodada de oficinas, entre os meses de março e maio de 2023, com o tema “Astronomia e astronáutica no ensino fundamental”, desta vez atendendo a 80 profissionais da educação em dois turnos.
Ainda em 2023, o convênio com a prefeitura ofereceu um conjunto de oficinais especializadas por área, sob o tema “Tecendo Cartografias”, que buscava explorar as relações entre diferentes disciplinas e o espaço urbano da cidade. Foram abordadas as áreas de matemática, língua portuguesa, artes, ciência e tecnologia, geografia e história, e língua estrangeira. Os professores participaram das oficinas específicas de sua área de formação, entre os meses de maio e outubro. As oficinas foram ministradas pelos docentes do PPGENT.
Em 2024, a temática da ciência e tecnologia foi novamente requisitada. Foram realizadas duas oficinas com o tema “Astronomia e Astronáutica nas práticas de ciência e tecnologia: prototipagem na abordagem STEAM”. A primeira delas, em abril de 2024, recebeu professores da rede municipal que trabalharam ferramentas e estratégias para o ensino de conceitos de astronomia e astronáutica, construindo protótipos de foguetes sob a orientação do professor Daniel Tedesco (matéria: http://bit.ly/3FNlw8Y). Na outra oficina, 28 estudantes da rede pública estiveram na sede da Uninter para aprender sobre física e astronomia, sob orientação do professor Daniel Tedesco e do mestrando Yuri Berri Afonso. Essas ações fazem parte do projeto “Astronomia na Escola”, coordenado pelo referido professor no âmbito das suas atividades no PPGENT.
Um dos resultados deste programa foi que uma das professoras participantes, Vanessa Simões da Silva Oliveira, teve um projeto desenvolvido na Escola Municipal Jaguariaíva selecionado pelo programa internacional Limitless Space Institute, vinculado à Nasa. Seus alunos realizaram um experimento em sala, que será reproduzido na Estação Espacial Internacional para que possam comparar os resultados, entendendo desta forma como a ação da gravidade impacta o movimento dos corpos. (Link: Education – Limitless Space Institute)
Ainda dentro das atividades deste projeto, a Uninter realizou a solenidade de premiação da 26ª Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA) e a 17ª Mostra Brasileira de Foguetes (MOBFOG), eventos da Sociedade Brasileira de Astronomia que premiou 267 crianças curitibanas.
Ressaltamos que as atividades de cunho social relativas ao ensino da Astronomia se iniciaram em 2017, sob coordenação do professor do PPGENT Germano Bruno Afonso, falecido em 2021. Em homenagem ao seu trabalho, foi inaugurada em 2023 a Sala de Divulgação Científica “Prof. Germano Bruno Afonso”, na Escola Municipal Ulysses Silveira Guimarães, em Curitiba.
Outra iniciativa de apoio à educação básica são as oficinas de robótica educacional promovidas em parceria com a Secretaria da Educação da cidade de Campo Largo, na região metropolitana de Curitiba, sob coordenação do professor Luciano Frontino de Medeiros, programa iniciado em 2023 e ainda ativo. O projeto promove aulas práticas de robótica na escola Professora Rosália Andrade Remonato, em Campo Largo (PR), alcançando aproximadamente 100 alunos. Em 2023 a ação se estendeu durante quatro semanas para grupos de estudantes do 4º ano, com aulas aos sábados. A iniciativa reúne a aplicação de conceitos de matemática, programação, ciências e coordenação motora como ferramenta de aprendizagem. Os alunos têm a oportunidade de aprender a lidar com o software Tinkercad e a fazer montagens com placas Arduino. Além do professor Luciano, coordenador do projeto, a doutoranda Scheila Dantas atuou como monitora.
O professor André Cavazzani atuou como coordenador do Grupo de Trabalho População e História, na Associação Brasileira de Estudos Populacionais, nos anos de 2023 e 2024.
No que diz respeito à divulgação científica, há dois eventos no calendário regular do programa, ambos realizados de forma híbrida. O ENFOC – Encontro de Iniciação Científica e Fórum Científico, que é realizado desde 2004 pela Uninter, teve em 2023 sua 17a edição (https://www.even3.com.br/enfocuninter2023/ ). Trata-se de um evento que recebe participantes de programas de iniciação científica e de pós-graduação de todo o Brasil, bem como da América Latina. Como todos os professores do PPGENT são também orientadores de projetos de iniciação científica, o corpo docente se envolve diretamente na organização e realização do evento.
O outro evento promovido pelo PPGENT é o Edigit@l, que teve sua primeira edição no ano de 2024, em continuidade ao Edurede, evento que teve duas edições anteriores (2020 e 2022), em parceria com a UFPR, e foi então substituído pelo Edigit@l. Trata-se de um evento que se propõe a discutir as relações entre educação e tecnologia na sociedade contemporânea. A edição de 2024 contou com palestrantes internacionais – Cornelio Gonzales Torres (San Martin de Porres, Peru) e Dulce Mota (ICP, Portugal) – das universidades parceiras do PPGENT.
Devemos destacar ainda que a professora Joana Romanowski, dentro das atividades do seu grupo de pesquisa Educação, Tecnologia E Sociedade, tem as seguintes participações: é fundadora da Rede Interinstitucional de Pesquisadores em Formação de Professores – RIPEFOR, que envolve grupos de pesquisa, desde 2014, nas seguintes instituições: PUC-PR, UTP, UEPG, UNINTER, IFP, UTF-PR, UNIVILLE, FURB, UFSC, UFPEl, IFRS, IFRS. O grupo realiza encontros de pesquisa bimestrais com debates das investigações realizadas por seus participantes. Em 2022 foi organizado um encontro e seminário coletivo na UNIVILLE. Em 2024 foi publicado o dossiê na Revista Diálogo Educacional sobre mulheres pesquisadoras em formação de professores, e publicado o livro organizado por Susana Soares Tosetto e Rita Buzzi Rausch, intitulado “Formação de professores: contribuições teóricas e metodológicas de mulheres pesquisadoras do Brasil”. 1ed., Joinville: Editora UNIVILLE, 2024.
Na Anped, a professora Joana integra o GT 08 – Formação de Professores, com participação nas reuniões do grupo, em comissões de estudo, e no comitê de avaliação de trabalhos. Dentro das atividades do grupo, em 2024 foram produzidos dois documentos e um artigo coletivo que foi submetido a um periódico. Além disso, Joana também participou da avaliação dos trabalhos da ANPED Sul. Do V Simpósio de Pesquisadores em Formação de Professores, foi publicado o capítulo de livro intitulado “A produção dos grupos de pesquisa sobre formação de professores (GT 08 ANPED): tendências de investigação”, In: Viviane Carrijo Volnei Pinheiro, Quérem Dias de Oliveira Santos (org.). A professora Joana participou da comissão organizadora do simpósio.
Dentro de sua atuação no grupo de pesquisa “Criatividade e Inovação Docente no Ensino Superior” (Cides), Joana colaborou na organização do evento CIFOP – Congresso Internacional Sobre A Formação Do Pesquisador, e VI SIFOP – Seminário Internacional Sobre a Formação do Pesquisador, realizados em 2024 pela PUC-PR, atuando na avaliação de trabalhos e em mesa-redonda. As publicações do evento se encontram no prelo.
A referida professora também se insere em Comitês Editoriais, como nas revistas ANEC – Associação Nacional de Ed. Católica do Brasil, Revista Pedagógica Unochapecó, Revista Atos de Pesquisa em Educação (FURB), Revista Diálogo Educacional (PUCPR). É editora da Revista Formação Docente, entre outras. Integra também a rede de pesquisa coordenada por Pura Lucia Oliver Martins, Práxis Educativa, e por Ilma Veiga, com participação na publicação de diversos capítulos de coletâneas que reúnem resultados dos trabalhos destes grupos de pesquisa.
Por fim, destacamos ainda, a participação dos professores do programa em atividades do PIBID – Programa de Iniciação à Docência, realizado em conjunto com os cursos de licenciatura da instituição, e do projeto PAE – Pesquisa Ação na Escola. Participaram destes projetos, ao longo do quadriênio, os professores Luis F. Lopes, André Cavazzani, Joana P. Romanowski e Desire Dominschek. Por meio do PAE, os professores do PPGENT orientam projetos de melhoria da prática pedagógica como processo de formação continuada dos professores da Rede Municipal de Educação de Curitiba. Em 2023, a palestra de abertura oficial do programa foi proferida pela professora Joana Romanowski, no auditório do Teatro Guaíra.
Apesar de não ter uma política específica para ações afirmativas em seus processos seletivos, a Uninter possui um Serviço de Inclusão e Atendimento aos Alunos com Necessidades Educacionais Especiais – SIANEE, dedicado ao acolhimento de estudantes que apresentem algum tipo de deficiência. Entre outras atividades, este serviço garante, por exemplo, que pessoas surdas sejam atendidas por intérpretes de Libras em todas as instâncias de interação, desde a entrevista no momento da candidatura até o acompanhamento das aulas e demais eventos do programa. Foi graças a este atendimento que a estudante Rafaela Piekarski H. L. dos Santos se tornou a primeira pessoa surda a concluir o Mestrado Profissional em Educação no Brasil, com a dissertação “O contexto da docência da educação superior e a comunicação online: considerações de uma professora surda sobre o uso das tecnologias pós-março 2020”, defendida em 2022.
