Vacinação em massa é o único caminho para enfrentar a pandemia

Autor: Vitor Diniz - Estagiário de Jornalismo

Desde o início da pandemia da Covid-19 se discute sobre a “imunização de rebanho”, considerada como uma técnica de imunização natural em que, após se contaminar, uma grande parcela da população desenvolve anticorpos e se torna imune à doença, freando seu processo de disseminação.

Para desmistificar o assunto e falar da importância da vacina contra a Covid-19, o professor Augusto Silveira, do curso de Gestão em Vigilância em Saúde, convidou a coordenadora do curso de  Gestão em Saúde Pública da Uninter, professora Ivana Busato, para debater o assunto.

Ivana destacou que o mais importante agora é vacinar a população, e que toda vacina tem um percentual de imunização. “As vacinas que estão sendo utilizadas no Brasil têm em média de 50 a 60% de eficácia, então temos que vacinar o maior número de pessoas possível”, explica.

A professora ainda afirmou que devemos ter orgulho da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), criada em 1999. “A Anvisa é uma agência reconhecida internacionalmente. Ela usa os mesmos métodos de vigilância e de controle de qualidade de qualquer agência internacional, como a agência da Itália e da União Europeia, e também usa os mesmos métodos que outros países usam para aprovar uma vacina contra a Covid-19”.

Durante a conversa, foi enfatizado que o programa nacional de vacinação, criado em 1973 pelo Ministério da Saúde, é um marco na saúde brasileira que antecede o Sistema Único de Saúde (SUS).

Ivana fez um histórico da vacinação no Brasil, falando sobre a chegada da vacina contra a varíola, em 1804, e a famosa revolta das vacinas, que aconteceu em 1904. Ela destacou que na época não havia acesso à informação, especialmente a dados científicos, e a maioria das pessoas eram analfabetas. “Até compreendo que as pessoas tinham medo de se vacinar em 1904 devido à falta de informação. Mas hoje temos acesso à informação, ao conhecimento, e muitas pessoas estão na faculdade. Juntos precisamos combater as fake news e entender que a única solução para essa pandemia é a vacinação em massa. Não existe medicamento que possa nos ajudar a sair dessa pandemia”, destacou.

Fazer a vacinação em massa é o único caminho para que o coronavírus deixe de ser uma pandemia e se torne uma epidemia. E no futuro podemos fazer com que a doença se torne endêmica. A endemia é quando uma doença se manifesta apenas numa determinada região, não se espalhando para outras comunidades. Enquanto a epidemia se espalha em uma quantidade maior de lugares, e a pandemia é de escala global, atinge o mundo todo. É muito difícil erradicar uma doença como a Covid-19 por causa da globalização, as pessoas vêm e vão de um país a outro.

Segundo Ivana, é um erro acreditar na imunização de rebanho, pois no estado do Amazonas, quando já havia um grande número de infectados pela Covid-19, surgiu uma variante do vírus, o que acabou colocando todos em risco de reinfecção. Até o momento, as vacinas que foram desenvolvidas são eficazes no combate de todas as variantes da Covid-19, não sendo necessário desenvolver outro tipo de vacina.

Conforme explicou a coordenadora, a vacinação não começou pelos jovens porque até então esse grupo tem uma taxa de mortalidade muito baixa. Por isso o plano nacional de vacinação optou em proteger os idosos e os profissionais de saúde que estão na linha de frente do combate à pandemia.

O bate-papo continua disponível na página Gestão em Vigilância em Saúde Uninter no Facebook.

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Autor: Vitor Diniz - Estagiário de Jornalismo
Edição: Mauri König
Revisão Textual: Jeferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: Wilfried Pohnke/Pixabay e divulgação


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