Recursos humanos pós-Covid-19: o futuro é logo ali (ou agora?)

Autor: Oriana Gaio*

Não há dúvidas de que a pandemia da Covid-19 deixará marcas substanciais na vida de todos nós. No âmbito corporativo, as empresas foram forçadas a se adaptarem e adotarem soluções que pudessem dar continuidade aos processos sem prejudicar os resultados das operações.

O mundo dos recursos humanos também não ficou de fora das transformações. A pandemia criou mudanças profundas e imediatas na forma como os indivíduos interagem e trabalham. Mas a grande dúvida é: o que continuará a fazer parte da realidade das empresas no pós-pandemia? O que será que podemos considerar como tendências na gestão de recursos humanos para 2022?

A primeira tendência que poderíamos destacar é a adoção definitiva do trabalho híbrido ou remoto por grande parte das empresas, já que muitas viram vantagens em continuar com essas modalidades. Segundo pesquisa realizada em 2021 pela consultoria Gartner, 92% dos líderes responderam que esperam que alguns funcionários continuem trabalhando remotamente.

Isso provoca mudanças expressivas na formação das equipes de trabalho e principalmente como serão desenvolvidas e gerenciadas. Vale destacar o papel primordial dos líderes nesse processo de construção. Ainda segundo a consultoria os líderes que transmitem altos níveis de empatia têm três vezes mais impacto no desempenho da sua equipe em relação aos que transmitem baixos níveis de empatia.

Em decorrência da possibilidade de um trabalho remoto, a questão geográfica passa a não ser mais relevante. Nesse sentido, as empresas precisam se preocupar e criar estratégias para manter internamente os talentos. As que promovem o foco no indivíduo e possuem políticas bem estruturadas para valorização dos funcionários tendem a reter mais frequentemente os colaboradores. No entanto, a mobilidade interna organizacional ainda é um grande desafio para os profissionais de recursos humanos, uma vez que existe a necessidade de adequação do profissional para outras funções e responsabilidades.

Outra consequência da pandemia, e continuará como tendência da gestão de recursos humanos para os próximos anos, é a preocupação com a saúde e bem-estar dos funcionários. De acordo com o relatório de tendências de capital humano global da Deloitte, divulgado também em 2021, 69% dos executivos no mundo afirmam que implementaram políticas durante a pandemia que preparavam os trabalhadores a integrar a vida pessoal e profissional.

Isso porque a pandemia desencadeou altos níveis de estresse e ansiedade nas pessoas, tanto pela preocupação com a própria saúde e com a família, quanto na apreensão de ter o seu emprego em risco. Dessa forma, é essencial que as empresas adotem programas que englobem a qualidade de vida, com ênfase no bem-estar nos níveis individuais, grupais e organizacionais, com foco no desenvolvimento do melhor desempenho.

Ainda podemos destacar a importância da diversidade, equidade e inclusão, e a tendência para os próximos anos é que as empresas e os líderes criem uma força de trabalho diversificada. Segundo a consultoria Gartner, 35% dos líderes identificam a diversidade, equidade e inclusão como uma prioridade para 2022.

A gestão de recursos humanos tem enormes desafios para 2022 e anos seguintes. A questão é o quanto essas tendências vão impactar nas metas e planos estratégicos da empresa e quais ajustes iminentes e de longo prazo da força de trabalho são necessários para gerarem resultado, sem esquecer do equilíbrio para manter os funcionários produtivos e saudáveis.

* Oriana Gaio é especialista em Planejamento e Gestão de Negócios, com MBA em Liderança, e coordenadora dos cursos de pós-graduação em negócios da Uninter.

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Autor: Oriana Gaio*
Créditos do Fotógrafo: Pixabay


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