Entenda as motivações da guerra entre Israel e Hamas

Autor: Luiz Garcel - estagiário de jornalismo

O nacionalismo judaico (sionismo) é o movimento para criar um Estado próprio para seu povo. O sionismo surge no final do século 19 devido à perseguição ao povo judeu, quando eram comum os massacres nas comunidades judaicas, principalmente na Rússia. A primeira grande conquista diplomática dos sionistas ocorreu em 1917, durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Nesse ano foi emitida pelo governo britânico a Declaração Balfour, na qual os britânicos apoiavam o projeto sionista.

Após a Grande Guerra, o Império Otomano foi desfeito pelas forças vencedoras, e os territórios, divididos. A Organização das Nações Unidas (ONU) criou mandatos atribuindo ao Oriente Médio, França e Inglaterra o objetivo de fazer com que os povos dessas regiões se reerguessem. Com a medida, houve uma concentração de judeus europeus na Palestina para formar o Estado sionista. Houve uma resistência violenta do povo árabe que já habitava a região, gerando conflitos durante todo o século 20.

“A comunidade judaica sempre esteve numa condição política, econômica e militar superior à dos árabes”, diz o doutor em Relações Internacionais, José Antonio Lima.

Com o início da Segunda Guerra Mundial e a intensificação da perseguição aos judeus na Europa, a migração da população judaica para a Palestina aumentou consideravelmente. Depois que a Segunda Guerra acabou e os horrores do Holocausto foram divulgados internacionalmente, as condições políticas para a criação de um Estado nacional judeu estavam estabelecidas em 1947. O diplomata brasileiro Osvaldo Aranha presidiu a segunda assembleia geral da ONU, que votou para a criação de Israel.

Em 1948, diferentes nações árabes protestavam contra a criação do Estado de Israel, acarretando na Primeira Guerra Árabe-Israelense. Os árabes tiveram apoio militar do Egito, Síria, Líbano, Transjordânia, Iraque e de forças árabes palestinas. Esse conflito estendeu-se até o começo de 1949 com a vitória de Israel, que conquistou novas terras e aumentou seu território em 1/3, culminando na expulsão de 700 mil palestinos de suas terras. A antiga Israel era uma província do Império Otomano, denominada Palestina. Ao mesmo tempo, uma onda de nacionalismo atingia a Europa com a unificação da Itália e da Alemanha.

Outro episódio decisivo foi a Crise de Suez, em que Israel se une a França e ao Reino Unido para atacar o Egito e acaba sendo obrigado a se retirar da região por pressão do Estados Unidos e União Soviética. A partir de 1967 e com a Guerra dos Seis Dias, Israel passa a controlar a faixa de Gaza, em especial a cidade de Jerusalém, sagrada tanto para Israel quanto para a Palestina.

Em 1973, a Guerra do Yom Kippur foi um conflito envolvendo Israel contra Egito e Síria. A guerra teve consequências diretas na Crise do Petróleo, que assolou a economia mundial. Desde a década de 1990, lideranças de ambos os lados tentam chegar a um acordo de paz, mas ainda com questões indefinidas para um acordo. É nesse contexto que surge o Hamas, grupo político e militar islâmico que governa a Faixa de Gaza nos territórios palestinos.

Em 2006 foram realizadas eleições livres nos territórios palestinos, onde o Hamas foi impedido de assumir a autoridade palestina, desencadeando vários conflitos com a confederação política Fatah, maior braço da Organização para a Libertação da Palestina (OLP).

A partir de 2007, o Hamas passou a governar a região. Nascido em 1987, o grupo terrorista é formado por militantes islâmicos que pregam a destruição de Israel. A organização, vale ressaltar, também opera nos campos da política, tendo braços sociais, organizações e envolvimento no crime organizado.

A maior parte dos palestinos vive sob um duplo regime autoritário, sem direito à autodeterminação. O cenário de guerra é constante, tendo se acentuado com a invasão e sequestros de terroristas em Israel no ataque do dia 7 de outubro de 2023.

A causa palestina defende a criação de um Estado nacional da Palestina no Oriente Médio, local de origem da população. O movimento é de suma importância para as nações árabes. Apesar disso, com os trágicos resultados dos conflitos, especialistas questionam o desenrolar das ações.

“Será que a ação militar é a única opção disponível?”, pergunta Lima. “Essa é uma questão que não tem resposta, mas precisa ser debatida”, finaliza.

A discussão foi tema de live transmitida pela da Escola de Gestão Pública, Jurídica, Política e Segurança da Uninter. Com apresentação dos professores André Frota e Guilherme Frizzera, a transmissão segue disponível no YouTube.

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Autor: Luiz Garcel - estagiário de jornalismo
Créditos do Fotógrafo: Streetoncamera


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