Engenharia de Software forma profissionais preparados para as transformações tecnológicas

Autor: Nayara Rosolen - Analista de Comunicação

Em uma sociedade cada vez mais movida pelo digital, as transformações acontecem em questões de segundos. Uma das profissões mais demandadas neste cenário é a do engenheiro de software, no entanto, “não exime o estudante de se preparar e realmente estudar a fundo as tecnologias”. A afirmação é do coordenador do curso de bacharelado em Engenharia de Software da Uninter, Rafael Wiecheteck.

A graduação do centro universitário conquistou quatro das cinco estrelas de reconhecimento do Ministério da Educação (MEC). “É uma nota bem satisfatória para nós. Eu me sinto muito contente pelo fato de todo o trabalho que foi feito, por toda a equipe, os professores que auxiliaram. Foi um trabalho de quatro anos construindo toda a grade, cuidando de todas as questões pertinentes ao curso, que está refletido nessa nota”, declara o coordenador.

De acordo com o docente, os avaliadores reconhecem toda a infraestrutura disponibilizada para os acadêmicos e que “chamam bastante atenção”, desde os estúdios, as atividades práticas, até os setores de apoio. Rafael salienta que todas as disciplinas dos cursos da Escola Superior Politécnica (ESP), à qual a graduação está vinculada, contam com as práticas. Além disso, os professores trabalham com softwares gratuitos, mas que sejam de atuação no mercado.

Um grande diferencial do curso está ligado às parcerias com empresas de referência do mercado, como a Amazon, a Cisco e a Google, que realizam treinamentos com os estudantes. O coordenador salienta que o estudo contínuo e as certificações para além da base de conhecimento que adquirem no curso são fundamentais e fazem com que estejam mais preparados para a entrada no mercado de trabalho.

Dessa forma, os graduandos conseguem também desenvolver as soft skills, habilidades comportamentais importantes para os profissionais da área, que ocupam cargos de gestão de projetos e precisam não só conhecer as tecnologias, mas também lidar com pessoas e gerir equipes.

“Por mais que nós tenhamos um aplicativo no celular, por trás tem muito mais coisas, são várias tecnologias juntas. O engenheiro de software precisa conhecer para também saber contratar os profissionais corretos, porque não vai conseguir fazer tudo sozinho. O trabalho em equipe é uma habilidade que a gente procura desenvolver, assim como a documentação e como montar uma arquitetura de software”, explica Rafael.

Devido ao imediatismo e constante mudanças da área, sempre que uma nova edição de livro é lançada, já fica disponível para os estudantes, todas no formato digital, para que estejam sempre atualizados. Essa formação contínua, de acordo com o coordenador, também deve acontecer por meio de cursos e da extensão, na busca por entender as novas tecnologias que surgem e transformações que ocorrem.

“Quando o aluno junta todo esse conhecimento e tem mais essa vontade de aprender e estudar, é uma forma de se preparar mais rápido para o mercado. E como tem muita demanda por esse profissional, o estudante que se esforça nesse período e procura se desenvolver consegue as oportunidades com mais facilidade”, destaca.

Rafael pontua que os profissionais passam por um desenvolvimento na carreira que escalona junto com os cargos, de início como desenvolvedor, depois como analista, mas sempre em busca da função de engenheiro. Por isso, “precisa também desenvolver o lado mais humano”.

Limitações transformada em motivação para maior acessibilidade

Wybson Santana dos Santos, 38 anos, é um dos estudantes que agarrou as oportunidades que apareceram. No terceiro ano da graduação, o estudante já é engenheiro de software no Itaú Unibanco. Mas sua trajetória na área de engenharia iniciou no final de 2001, aos 16 anos, quando completou o ensino médio.

Natural de Niquelândia (GO), na época o jovem ficou na dúvida entre Engenharia Mecânica e Engenharia de Produção. A segunda foi a escolhida e iniciada no ano seguinte, em uma universidade na capital Goiânia, a aproximadamente 300 quilômetros da cidade natal.

Um ano depois e a partir do contato com colegas de cursos de tecnologia, Wybson decidiu migrar para o curso de Engenharia de Computação. Nesse mesmo período, ele recebeu o diagnóstico de uma doença degenerativa na mácula de ambos os olhos, sem cura e sem tratamento, o que poderia o deixar completamente cego dentro de alguns anos.

O estudante não se deixou abater e continuou a formação pelos dois anos seguintes. No entanto, sem o aproveitamento que desejava, resolveu trancar o curso e voltar para o interior do estado. “[Estava] um pouco incomodado por já perceber uma perda da minha capacidade visual. Não foi uma decisão fácil, mas foi necessária”, lembra.

Desde então, o jovem acreditava que a área de engenharia e desenvolvimento já não seria uma possibilidade para uma pessoa que perdia a acuidade visual. Decidiu, assim, pela área de humanas. Realizou um curso técnico em Economia e Gestão Empresarial, entre 2007 e 2008, e estagiou por oito meses em uma mineradora em Niquelândia.

Quando não conseguiu a efetivação do emprego, resolveu atuar de forma autônoma como técnico de informática e, posteriormente, abriu uma Lan House. O estabelecimento oferecia serviços comuns do negócio e também a manutenção de computadores, trabalho que durou até 2015.

“Nesse período, eu já estava com uma perda visual que me limitava a algumas atividades e já era usuário de leitor de tela tanto no computador quanto em smartphone. Foi quando eu resolvi fazer uma reabilitação e me inseri de vez na comunidade de pessoas com deficiência visual, o que transformou meu modo de pensar em assuntos relacionados à deficiência, inclusão e acessibilidade, despertando meu interesse de atuar em prol dessa causa”, conta o estudante.

Com baixa visão, Wybson tem um “resquício visual” que o permite ver vultos com a visão periférica, mas a visão central não possui acuidade suficiente para que defina detalhes. O desejo de ajudar a comunidade de pessoas com deficiência visual o direcionou para o curso de Gestão Pública na Uninter, no final de 2019.

A formação concluída em 2021 foi um passo importante para decidir voltar a estudar programação, já que a afinidade com a tecnologia e a informática permaneceu presente. “Agora enquanto pessoa com deficiência visual e, em um futuro, [quero] conseguir passar esse conhecimento adiante, seja com aulas de informática para pessoas com a mesma deficiência, seja com reabilitação e capacitação para uso de equipamentos eletrônicos de forma acessível ou até mesmo com a base de uma linguagem de programação”, explica o estudante.

Poucos meses depois de ingressar no curso de Bacharelado em Engenharia de Software da Uninter, surgiu a oportunidade de participar de um BootCamp de formação e capacitação de pessoa com deficiência para atuar com tecnologia no Itaú. Wybson não perdeu tempo e fez a inscrição, participou do processo seletivo e garantiu a vaga no time de engenharia, onde completa três anos no dia 20 de agosto de 2024. Lá, atua no back-end (desenvolvimento de recursos e estrutura da programação), principalmente com linguagens Kotlin e Java, Spring Framework e serviços de Nuvem na Amazon Web Services (AWS).

No terceiro ano da graduação, Wybson segue as orientações dos docentes e busca certificações para dar continuidade na trajetória de aprendizado. Já é certificado como AWS Cloud Practitioner, compreensão de alto nível dos serviços, terminologias e da Nuvem AWS.

“Atualmente estou procurando me engajar cada vez mais com as pautas de acessibilidade, diversidade e inclusão, como por meio do grupo Movimento Web para Todos, que tem como um dos objetivos transformar a internet em um ambiente mais inclusivo e acessível, assim como dos grupos de afinidades internos do Itaú Unibanco, que promovem aos colaboradores a importância dessas pautas”, afirma.

O acadêmico afirma que o curso o surpreendeu de forma positiva e a nota conquistada no MEC representa “a certeza de que a Uninter busca oferecer o melhor para os alunos”. Ele aponta ainda a vasta bibliografia disponível e que apresenta conceitos que pode explorar no dia a dia do trabalho.

“Desde a primeira graduação em Gestão Pública sempre fui bem atendido pelos professores e tutores das disciplinas. No curso de Engenharia de Software não é diferente. Inclusive, onde tenho a oportunidade de sempre sugerir melhorias de acessibilidade na jornada de aprendizagem, seja nos materiais ou na plataforma online”, garante Wybson, que agora deseja ingressar na próxima turma do Programa de Iniciação Científica (PIC) e buscar acesso às tecnologias que ainda não teve contato.

O coordenador diz que, mesmo com desafios no início, o corpo docente realizou todas as adaptações para materiais que melhor atendessem o estudante. Rafael acrescenta que os docentes estão sempre “de olho” nas novas tecnologias para manter o curso sempre atualizado, buscar parcerias com os grandes players do mercado e proporcionar mais conhecimento e aperfeiçoamento aos estudantes.

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Autor: Nayara Rosolen - Analista de Comunicação
Edição: Larissa Drabeski
Créditos do Fotógrafo: Pexels e arquivo pessoal


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