Em busca de famílias mais acolhedoras

Abandono, negligência, orfandade e maus tratos podem resultar no acolhimento familiar de crianças e adolescentes em abrigos por todo o país. A Secretaria da Família e Desenvolvimento Social do Paraná realizou em parceria com a Uninter um curso de formação, entre os dias 17 e 18 de setembro, para 220 gestores e técnicos de assistência social de 85 municípios do estado.

Segundo dados de 2017 do Cadastro Nacional de Adoção (CNA) e do Cadastro Nacional de Crianças e Adolescentes Acolhidos (CNCA), o Brasil tem 47 mil crianças e adolescentes que vivem em abrigos. Entretanto, somente 17,8% desses brasileiros estão habilitados para encontrar uma nova família, ou seja, podem ser legalmente adotados.

O encontro foi ministrado pela doutora em Serviço Social Jane Valente, referência no tema. Ela é autora do livro “Família Acolhedora: as relações de cuidado e de proteção no serviço de acolhimento em família acolhedora” (Paulus, 2013).

Durante o primeiro dia, foi possível conhecer e dar sentido às leis protetivas. Como por exemplo, analisar a Constituição Federal, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e a Política Nacional da Assistência Social (PNAS), entre outros documentos. “Nós temos mecanismos de diálogo pela Constituição Federal e temos que aprender a fazer uso disso”, diz Jane.

“É uma capacitação densa, qualificada, resolvendo muitas dúvidas e expectativas”, explica Dorival da Costa, coordenador do curso de Serviço Social. Uma equipe bem montada para acolhimento familiar deve reunir um conjunto de diversos profissionais, tais como: assistentes sociais, pedagogos, advogados e psicólogos.

Os alunos e professores do curso de Serviço Social da Uninter participaram do encontro em virtude de seu grupo de pesquisa, “Levantamento de perfil socioeconômico e cultural de crianças e adolescentes acolhidos”, que trabalha com dados de prontuários da população que já foi acolhida. O projeto é orientado pelo professor Dorival da Costa.

Gabriel Bukalowski - Estagiário de Jornalismo

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