Desafios de inclusão: pessoas com deficiência representam menos de 1% no ensino superior

Autor: Renata Cristina - estagiária de jornalismo

Falta de acessibilidade, visibilidade e oportunidades são alguns dos desafios que as Pessoas Com Deficiência (PCD) encontram em seu cotidiano. Segundo levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 17 milhões de brasileiros acima de 2 anos possuem algum tipo de deficiência. Mesmo representando uma parcela significativa da população, os números de PCDs inseridos na sociedade, seja no mercado de trabalho ou em universidades, por exemplo, ainda está longe do ideal.

No mercado de trabalho, a porcentagem de participação é de 28,3% segundo o IBGE. No ensino superior, a margem de alunos matriculados não chega a atingir 1%, conforme dados do Censo da Educação Superior de 2019. O número demonstra os desafios da inclusão de pessoas com deficiência.

Para a diretora da Escola de Superior de Educação (ESE), Dinamara Machado, é importante estar constantemente afirmando espaços para mudar esta realidade. ‘’Nós temos que avançar. Para isso, precisamos fazer ações e políticas afirmativas. É necessário se manter em luta. Luta que um país que tem democracia como bandeira possibilita, possibilita que todos possam falar.’’

Mesmo diante dos baixos números, a forma de inclusão vem mudando durante os anos. ‘’No mercado de trabalho, eu vejo que ela melhorou muito nos últimos anos. Porque o que acontecia no início: logo que surgiu a lei da obrigatoriedade de as empresas contratarem, a empresa contratava, mas ela tinha os setores de PCDs. Hoje já há uma inclusão maior, então entra o PCD e ele trabalha igual em um setor com todos os outros e não há muita diferenciação.’’, pontua Cristiane Bolsi, responsável pelos procedimentos de ENADE da Uninter.

A luta é diária para a conquista de espaços. Para marcar esse fato, o dia nacional da Luta de Pessoas com Deficiência é comemorado no dia 21 de setembro. A data existe desde 1982, após conquista realizada pelo Movimento pelos Direitos das Pessoas Deficientes (MDPD). O dia foi instituído oficialmente para conscientizar a população através da Lei 11.133 em 2005.

São quase duas décadas de Lei sobre conscientização sancionada. Além dela, outras leis garantem o direito a educação básica, superior e de trabalho.  Apesar delas, o progresso ainda ocorre lentamente.

Evento

Além do mercado de trabalho, através da mesa “O mercado de trabalho para os PCDs”, outros tópicos também foram assunto do evento online realizado pela Uninter sobre o Dia Nacional das Pessoas com Deficiência. Realizado no dia 22 de setembro, o evento foi dividido em blocos. Contando assim com mesa de abertura, palestras e depoimentos. “O processo de Formação de surdos: trajetos de uma doutora”, “O trabalho de fonoaudiologia com surdos”, “Depoimentos de família com PCDs” e “Debate do filme ‘No ritmo do coração’” foram os temas debatidos durante as transmissões.

O evento contribui para dar mais visibilidade ao assunto, além de trocar experiências e conhecimentos que precisam ser trabalhados todos os dias.  “São alguns fatores que envolvem o processo de inclusão. É sempre bom lembrar que a inclusão é um processo que não vai ter fim nunca. Porque à medida que o tempo passa surgem novas metodologias, novas tecnologias assistidas, novos recursos’’, diz a coordenadora do Serviço de Inclusão e Atendimento aos Alunos com Necessidades Educacionais Especiais (SIANEE), Leomar Marchesini.

O conteúdo completo pode ser assistido nos canais do Youtube da Escola Superior de Educação, EJA e Geociências e nas páginas do Facebook EJA e Geociências.

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Autor: Renata Cristina - estagiária de jornalismo
Edição: Larissa Drabeski


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