Cidades devem diminuir impactos ambientais e desigualdades sociais até 2030

Autor: Ricieri Garbelini*

Nos últimos meses, vêm ganhando destaque nos principais veículos de comunicação no Brasil notícias sobre problemas ambientais envolvendo desmatamento, queimadas, poluição e falta de água. A recorrência deste tema na mídia busca chamar a atenção da população e dar visibilidade aos distúrbios causados ao planeta devido à ação da humanidade. A falta de cuidado com o meio ambiente gera grande impacto que resulta em mudanças climáticas, à extinção de espécies animais, inundações, poluição e seca.

Aqui no Brasil, infelizmente, podemos citar vários distúrbios ambientais como má gestão de resíduos sólidos, poluição hídrica, contaminação do solo, alagamentos e as inundações em períodos de chuva, proliferação de endemias e também implicações causadas pela mineração. Esses fatores não somente afetam a natureza como também causam aspectos negativos na saúde e no bem-estar das pessoas.

Soma-se a isso, ainda, o aumento do número de habitantes – tanto no Brasil como no planeta – que promove crescimento e consumo desordenado, cooperando para o surgimento de aspectos relacionados à desigualdade social. E essa que é, justamente, uma das principais questões que afeta grande parte da população brasileira. De acordo com o IBGE, o Brasil foi o 9º país mais desigual do mundo em 2019. Tal desequilíbrio desencadeia uma série de outros problemas como a fome, a pobreza, o desemprego, a miséria e a desnutrição.

Diante desse cenário, a Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou, em 2015, uma agenda de desenvolvimento sustentável com a finalidade de auxiliar países de todo o mundo a desenvolver um conjunto de ações que reduzam a fome e a pobreza, minimizem os efeitos das mudanças climáticas e garantam mais igualdade e qualidade de vida às pessoas. Para que isso seja possível foram estabelecidos objetivos e metas a serem cumpridos até 2030.

Nesta perspectiva, surgiu o termo “cidades sustentáveis” que se refere aos municípios que buscam alinhar padrões de vida, produção e consumo. Ou seja, que combinam aspectos econômicos e socioambientais, adotando uma postura para desenvolver políticas públicas e comportamentos que impactam positivamente na sustentabilidade. E, apesar de não existir um padrão específico para uma cidade se tornar sustentável, observa-se que departamentos públicos e privados desenvolvem ações parecidas que contribuem para municípios ganharem esse título.

Algumas condutas perceptíveis são: investimentos em educação ambiental, ações de mobilidade urbana que visam a redução na emissão de gases, diminuição do consumo de energia, entre outras. Assim, adotando as medidas paliativas sugeridas pela agenda da ONU, determinadas regiões do Brasil já receberam o selo sustentável. Levantamento sobre o índice de desenvolvimento dos municípios realizado pelo Instituto Cidades Sustentáveis indicou Morungaba, no estado de São Paulo, como a cidade sustentável destaque no país. No Paraná, Curitiba é a cidade que fica em primeiro lugar nessa estatística.

Vários municípios do Brasil aparecem no levantamento realizado pela Intituto, porém chama a atenção o fato de que nenhuma cidade listada possui alto desempenho em relação aos objetivos de desenvolvimento sustentável estabelecidos pela ONU. O Programa Cidades Sustentáveis afirma participar de forma ativa na difusão de ideias com as cidades, criando meios e instrumentos para que as metas sejam mesmo cumpridas até 2030.

Entretanto, para que cada região tenha êxito é importante a participação do olhar atento de todo cidadão para a realização das ações propostas, bem como a consequente efetivação dessas metas por parte de setores privados e públicos. Todos os membros da sociedade precisam rever seus comportamentos e atitudes para que construam um futuro melhor para o planeta.

* Ricieri Garbelini é coordenador da pós-graduação lato sensu em Gestão Pública, Segurança e Ciência Política da Uninter.

Incorporar HTML não disponível.
Autor: Ricieri Garbelini*
Créditos do Fotógrafo: CAU/PA


Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *