A saga do menino que queria ser locutor

Denise Becker – Estudante de Jornalismo

Mesa arrumada, um time de cada lado, prontos para iniciar a partida. O menino de 6 anos fazia o pré-jogo. Era o comentarista e o repórter da vez. “Ele está lá, falando sozinho e narrando o jogo na mesa de botão”, dizia a mãe às visitas. “Narra aí pra ficar mais emocionante”, pediam os primos diante do jogo de videogame.

Apaixonado pelo rádio, o menino fechava os olhos enquanto escutava as transmissões esportivas na voz de Marcelo Ortiz e do saudoso Edgard Felipe. Imaginava o campo e sentia-se dentro do estádio. “Como eles conseguem fazer isso?”, perguntava-se em seus escassos 10 anos de idade.

Os anos se passaram e a paixão cresceu. Frequentador assíduo dos estádios, sempre com o radinho de pilha por companheiro, seguia os três times de Curitiba: Coritiba, Atlético Paranaense e Paraná Clube. Couto Pereira, Arena da Baixada e Pinheirão eram os seus locais preferidos. Tanto que, aos 18 anos, começou a pensar nisso como profissão. Aos 24, deu início à jornada de narrador esportivo.

Certo dia, o professor de locução esportiva pediu a cada aluno um material de reportagem, narração e comentário. Eram oito sonhadores almejando um dia ser comentarista ou narrador. “Pode parar, pode abandonar a reportagem, porque você é narrador, você não é repórter”, disse o professor ao ver o material de Edgar Araujo. E assim se deu.

Hoje, aos 28 anos, Edgar passou por seis rádios narrando futebol e, ao som de sua voz, o ouvinte já o escutou narrar 160 jogos em dois anos de atuação. Começou em rádio comunitária, passou pela rádio web, compôs a equipe esportiva da rádio Clube FM e hoje faz parte do time da Iguassu AM.

Atuou como repórter no jogo do Brasil e Croácia na Copa do Mundo, já narrou os jogos dos 80 times que começam a disputa da Copa do Brasil, até chegar ao campeão. Atuou no Campeonato Brasileiro, em jogos das séries B, C e D, campeonatos estaduais, Copa Libertadores da América. “Não basta ter talento e uma boa voz, o conhecimento técnico é fundamental”, explica.

Em certa ocasião, Edgar participou de um processo seletivo no canal Sportv. Passou várias fases, mas o sonho acabou quando o entrevistador perguntou em qual universidade ele havia se formado em Jornalismo. Não tardou a se matricular, e acabou de concluir o primeiro ciclo quadrimestral do curso de Jornalismo no Centro Universitário Internacional Uninter.

Mais do que uma formação superior, ali ele encontrou o estímulo que faltava. “Ao pedir para ver o meu material, um professor me fez ter gana, acreditar ainda mais. Ao ouvir minha narração, ele confessou que chegou a ficar arrepiado”, lembra Edgar. “Nossos professores apostam nos valores humanos, e isso faz muita diferença”.

Assim como o rádio, que passou por transformações ao longo do tempo e se reinventou todas as vezes, Edgar quer desenvolver habilidades para trabalhar em televisão e se diz disposto a encarar todos os meios de comunicação. “A plataforma muda, mas a voz humana continua levando a informação e a emoção”.

“Abrem-se as cortinas e começa o espetáculo”. Era assim que o lendário Fiori Gigliotti dava início à sua jornada esportiva. Há algum tempo, um novo bordão se somou à magia das transmissões radiofônicas, agora na voz de Edgar Araujo: “Para balançar o campo da sua imaginação, a bola está rolando na Iguassu AM 830”.

Edição: Mauri König

 

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3 thoughts on “A saga do menino que queria ser locutor

  1. Grande Edgar, é um imenso prazer ter vivido desse sonho junto de ti, você sabe o quanto torci para que Deus abençoa se sua jornada e seu sonho de um dia se tornar narrador esportivo, que Deus continue iluminando seus caminhos e sonhos que você possa almeja-los!!! abraços

  2. Edgar
    Desejo que vc realize este sonho …nós da tua família sabemos o quanto voce gosta desta profissão.
    Aproveite ao máximo esta oportunidade que esta tendo. Tenho certeza que esta no meio de ótimos profissionais e só tem a ganhar com isso.
    Seja sempre humilde e continue a sonhar….sonhar faz bem…e alimenta a realidade que um dia virá.

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