O que há por trás do fenômeno do morango do amor?

Onde quer que você esteja, ao checar a linha do tempo das redes sociais ou passar pelas lojas de doces mais próximas, não se fala em outra coisa: o morango do amor. A origem da sobremesa é incerta e diversos confeiteiros querem para si a autoria, mas fato é que se tornou um fenômeno. 

O cenário mostra não apenas o potencial que o digital tem de ampliar tendências para além das redes, mas de produzir desejo no público e mobilizar a cultura alimentar, mesmo que momentaneamente, por meio da estética de imagens gastronômicas.  

A influência deixa de ser tão explícita, como na publicidade orquestrada, mas surge por meio de uma divulgação orgânica, entre os próprios usuários das redes. A mestre em Nutrição e coordenadora do curso de Tecnologia em Gastronomia da Uninter, Ana Paula Garcia, acrescenta que, por ser algo possível e estar no cotidiano das pessoas, o consumo representa também um sentimento de pertencimento.

 

A receita é uma combinação do bombom da fruta com a tradicional maçã do amor, ou seja, produtos que já fazem parte do paladar brasileiro combinados com uma carga de memórias afetivas. Assim, o assunto dominou a internet e fez disparar não só o faturamento de quem investe na produção, mas também dos ingredientes que a compõem. 

Alguns comparam as últimas semanas de vendas com períodos festivos, como uma “Páscoa fora de época”. Mas se é apenas uma moda passageira ou se a demanda dos consumidores será mantida à longo prazo, Ana Paula afirma que “só o tempo irá dizer”.

As postagens nas redes sociais se dividem entre imagens tentadoras do doce e o tom cômico ou frustrado daqueles que não obtêm sucesso ao tentar reproduzir. Muitos empreendedores têm usado da moda para alavancar o próprio negócio, no entanto, Ana Paula pondera sobre a necessidade de cautela ao investir com foco apenas neste doce.

Como nutróloga, Ana Paula garante que, para aqueles que não possuem restrição alimentar ao doce, o morango do amor não deve ser visto como um problema e pode ser incluído em algum momento da alimentação. No entanto, a profissional pondera sobre o exagero e lembra dos alimentos tradicionais e regionais aos quais temos acesso e são tão importantes.  

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Autor: Nayara Rosolen - Analista de Comunicação
Edição: Larissa Drabeski
Créditos do Fotógrafo: Kauã de Freitas e Gabrielle Piontek