A síndrome de quem trabalha à sombra da morte

 

Adriano Paulo – Estudante de Jornalismo

Quem trabalha em unidades de terapia intensiva convive dia após dia em um ambiente de sofrimento latente, onde paira a sombra da morte. Um lugar onde não se admite erros. Não raro, quem trabalha ali adoece cuidando da saúde dos outros. Os profissionais de enfermagem em UTI, por exemplo, são mais vulneráveis à síndrome de Burnout.

Não são poucas as razões para isso: além do contato diária com a doença, o sofrimento e a morte, eles enfrentam ainda a escassez de pessoal, trabalho por turnos, falta de autonomia e de participação nas tomadas de decisão, rápidas mudanças tecnológicas, respostas inadequadas das chefias aos problemas organizacionais.

Esse conjunto de fatores faz com que a enfermagem, sobretudo em UTI, seja uma das profissões com alta prevalência da síndrome, segundo artigo da revista Saúde e Desenvolvimento, uma das sete publicações científicas do Centro Universitário Internacional Uninter. No artigo, a pesquisadora Isabel Salviano aborda algumas das causas e consequências na vida desses profissionais.

“Considerando-se que, a cada dia é mais exigido do profissional da enfermagem uma ampla capacidade técnico-científica, e em contrapartida oferecido uma baixa remuneração com sobrecarga de trabalho, é possível observar em um ambiente de trabalho, sobretudo em UTI, alterações psíquicas que levam muitos funcionários a um estado de exaustão”, salienta a pesquisadora. Clique aqui para ler o artigo completo.

A síndrome de Burnout é ocasionada pelo estresse excessivo no ambiente de trabalho. O termo foi utilizado pela primeira vez pelo médico psicanalista Herbert Freudenberger, que descreve a doença como “um estado de esgotamento físico e mental cuja causa está intimamente ligada à vida profissional”. Assim, a síndrome de Burnout é mais relacionada ao trabalho, enquanto a depressão é uma situação geral.

No mundo real e na ficção

A síndrome não é tão popular, mas já foi tema de filme, como no curta metragem Burnout (2013) do diretor Lincoln Barela. No filme, o personagem Daniel, interpretado pelo ator Leonardo Goulart, encontra-se numa situação de muito estresse no trabalho, não conseguindo cumprir as tarefas, sendo duramente cobrado pelo patrão. A sobrecarga é tanta o ponto de ser demitido. Daniel descobre ainda que está sendo traído pela esposa e tenta suicídio. Clique aqui para ver o curta.

Na ficção como na vida real, a história muitas vezes se repete. A pessoa com síndrome de Burnout deve buscar tratamento. No caso de suspeita, pode-se começar com a avaliação de um clínico geral. Mas ao se diagnosticar a síndrome, é necessário o acompanhamento de psicólogo para o tratamento adequado.

Edição: Mauri König

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2 thoughts on “A síndrome de quem trabalha à sombra da morte

  1. Achei muito bom o artigo. Li em um blog sobre o Burnout e fiquei impressionado em saber que atinge TODAS as profissões, e muita gente acredita que somente algumas, como enfermeiros ou professores.
    Muitas vezes o profissional acredita que está no caminho do sucesso, se doando pela empresa, e no fim das contas está indo para o fundo do poço, infelizmente.

  2. Artigo muito bom! Muita gente desconhece a síndrome de burnout e acredita que deve cada vez mais se doar pela empresa/trabalho. O que acontece é que acaba doente e por fim, descartado.
    É bom ficar de olho nos sintomas sempre!

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