Argumentos que levam à nota mil no Enem

Autor: Evandro Tosin - jornalista

Defender um argumento e ter uma proposta de intervenção social para um problema são requisitos básicos para se dar bem em uma prova de redação do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM).

A fim de desenvolver essa habilidade entre estudantes da rede pública do Paraná, a iniciativa “Debatedores Nota 1000” é promovida pela Escola de Formação Técnica e Profissional da Uninter (Unintertech) e pelo projeto Eureka.

A atividade consiste em um debate organizado entre os estudantes, que precisam desenvolver sua capacidade de argumentação. Os participantes recebem temas com antecedência e devem defender uma abordagem favorável ou contrária – definida em sorteio. Os argumentos do debate são apresentados com limite de tempo pré-determinado e organizados em introdução, réplica, tréplica e considerações finais.

A primeira etapa do programa ocorreu no dia 17 de outubro no auditório do campus Garcez da Uninter, e reuniu estudantes de 13 colégios da capital paranaense. Os jurados foram o vice-reitor da Uninter, Jorge Bernardi, o pró-reitor de cursos de graduação, Rodrigo Berté, a coordenadora do curso de Direito, Tiemi Saito, a coordenadora do jurídico acadêmico, Kássia Moreira, e a coordenadora de captação e relacionamento com o mercado, Clariana Oliveira.

Os temas debatidos foram: “A liberdade de expressão e a expressão da liberdade devem ter limites no Brasil?”; “As políticas de transferência de renda são vitais para o Brasil progredir?” e “A mídia deve ter uma regulamentação no Brasil?”.

Os jurados avaliam a argumentação e ponto de vista dos estudantes, atribuindo notas para as equipes, com metodologia de correção baseada na prova de redação do Enem.

Após a disputa dos colégios entre si, os nove melhores avançaram para as semifinais da competição.

Semifinal do Debatedores Nota 1000

A competição continuou no dia 24 de outubro, com a semifinal que aconteceu no auditório do campus Garcez da Uninter. Dois temas foram debatidos: “Em 2022 as cotas para o acesso ao ensino superior completaram 10 anos. Elas devem ser extintas ou apenas ajustadas para o fiel atendimento do seu maior pressuposto?” e “O estatuto do desarmamento deve ser ampliado ou revogado no Brasil?”.

Marcaram presença nesta etapa os Colégios Cláudio Morelli (Bairro Novo), Paula Gomes (Portão), São Paulo Apóstolo (Boqueirão), Yvone Pimentel (Pinheirinho), Loureiro Fernandes (Centro), Moradias Monteiro Lobato (Tatuquara), Emílio de Menezes (Pinheirinho), Centro de Educação Profissional (Boqueirão) e Francisco Zardo (setor Santa Felicidade).

A comissão julgadora do programa foi composta pelo reitor da Uninter, Benhur Gaio, o vice-reitor, Jorge Bernardi, a diretora da Escola de Gestão Pública, Política, Jurídica e Segurança da Uninter, Débora Veneral, e pela coordenadora do jurídico acadêmico, Kássia Moreira.

Durante a atividade foi possível observar o envolvimento das equipes, desenvolvimento das estratégias de argumentação e acompanhamento dos professores dos estudantes com dicas.

Érica Wiechorek que é docente de língua portuguesa no Colégio Estadual Monteiro Lobato acompanhou os alunos durante o projeto. “A estrutura de redação nós trabalhamos teoricamente na sala de aula. Então, fazemos um trabalho didático para desenvolver as características do texto dissertativo-argumentativo. E hoje, eles colocam isso em prática por meio da oratória. Vai contribuir muito na redação do Enem, é um projeto que vai agregar valor. E eles estão bem felizes de participar”, relata a docente.

A coordenadora pedagógica do Eureka, Regina Luque, relata que a atividade foi organizada e construída para que os estudantes além da escrita também pudessem treinar e praticar a oralidade.

“É fazer com que esses estudantes que estão concluindo o Ensino Médio, também desenvolvam um poder da argumentação e para argumentar eles precisam consultar fontes. E saberem que sempre nós teremos um lado contrário ao nosso. Quem sabe se, no momento atual sociopolítico do Brasil, nós tivéssemos já pessoas com a oportunidade de ter esse desenvolvimento de competências, nós teríamos um ambiente melhor, favorável, sociável e em paz para todos”, relata.

Para o professor do Colégio Loureiro Fernandes e mestre em Sociologia Leandro Martins o fato de criar uma competição saudável com outras escolas despertou uma vontade nos alunos, mais do que eles que têm normalmente: fazendo pesquisas, principalmente com a facilidade de acesso que a internet proporciona.

“Criou uma dinâmica de grupo ali porque nem todos os alunos que representam a escola são da mesma turma. Eles se conheceram e reconheceram como alunos que gostam destas temáticas. E os aspectos positivos começam ali na própria interação deles, no modo como eles enxergam a escola. É espetacular esse tipo de acontecimento. Inclusive a nossa escola foi selecionada para implantar a educação integral o ano que vem”, comenta Martins.

Ele ainda destaca outros benefícios que a atividade proporciona aos estudantes. “Possibilita o aprimoramento da retórica, da pesquisa, faz com que a escola seja um lugar atrativo, e em todas as áreas da vida, para conversar com os parentes em casa, para escolher profissões. Aqui se trata de um debate mais técnico em que se procura levantar argumentos. Quando penso no ideal de educação básica é aquela com estudantes que têm sede, e que dependendo do que receber, não se satisfazem. Com essa possibilidade aberta pela internet não tem limites”, complementa o docente de Sociologia, reforçando a satisfação de presenciar estudantes com vontade de aprender.

Debate final

A final do Debatedores Nota 1000 ocorreu durante o evento do Aulão do Enem, no Teatro Guaíra, no dia 1º de novembro. Os estudantes dos melhores colégios em pontuação, Loureiro Fernandes e São Paulo Apóstolo participaram da decisão, que teve como vencedor a equipe do Loureiro Fernandes. O terceiro lugar foi obtido pelo time do Padre Cláudio Morelli. Os três primeiros colocados receberam troféu e medalhas. O tema escolhido para a discussão no palco neste dia foi “o voto no Brasil deve ser obrigatório ou facultativo?”.

Foram cerca de 2.100 alunos que acompanharam o evento presencialmente, que ainda teve transmissão para 78 mil estudantes da rede pública através do Aula Paraná (canal educativo do Estado do Paraná).

A Uninter possui um programa online e gratuito de preparação para a prova. São mais de 720 aulas são gravadas e disponibilizadas para que o estudante tenha acesso aos conteúdos em qualquer local. A Fundação Wilson Picler é mantenedora do Pré-Enem Uninter. Para mais informações, clique neste link.

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Autor: Evandro Tosin - jornalista
Edição: Larissa Drabeski
Créditos do Fotógrafo: Evandro Tosin


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