Estudo traça perfil inédito das vítimas de câncer de pele no Paraná

Alice Gonçalves – Estagiária de Jornalismo

A professora e editora da Revista de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Uninter, Márcia Maria Fernandes de Oliveira, traçou para sua tese de doutorado um perfil sobre os pacientes diagnosticados com câncer de pele no estado do Paraná. A pesquisa realizada entre os anos de 2006 e 2010 revela que o alto Índice Ultravioleta (IUV) proveniente do sol constitui um dos principais desencadeadores da doença no estado.

A pesquisadora investigou 7.377 casos de câncer de pele em pessoas atendidas entre 1991 e 2004 por cinco hospitais do Paraná: Hospital Erasto Gaertner e Hospital de Clínicas, em Curitiba, Hospital do Câncer de Londrina, União Oeste de Estudo do Combate ao Câncer, de Cascavel, e Hospital Costa Cavalcanti, de Foz do Iguaçu. Os registros desse tipo de tumor evidenciaram semelhanças no perfil socioeconômico e no modo de vida dos pacientes, como baixa escolaridade, profissões de alta exposição solar, baixa renda e predominância de pessoas com pele branca.

O Sul do país é a região com maior número de diagnósticos dessa doença. Contudo, Márcia pondera que o sol não deve ser visto de forma negativa. “O sol não é totalmente vilão, pelo contrário, é a partir do sol que o organismo obtém a vitamina D”, esclarece. Porém, segundo ela, o que deve ser levado em conta é o horário e o tempo de exposição, para que essa atividade importante e prazerosa não se torne um risco para a saúde.

No entanto, a professora alerta que a causa do câncer de pele vai muito além da exposição solar. “Os sentimentos negativos, como a mágoa, estresse e o rancor podem influir no aparecimento da doença, pois o câncer surge a partir do desordenamento celular e quanto mais tensionada a pessoa estiver, se torna mais fácil de as células entrarem em desordem”, explica. Com isso, além de uma alimentação adequada, ela aconselha que as pessoas busquem levar a vida de uma forma mais tranquila, mantendo não apenas o corpo, mas também a mente saudável.

Mortes por câncer crescem 55%

O índice de óbitos devido ao câncer de pele cresceu 55% nos últimos dez anos no Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), dado preocupante principalmente com a chegada do verão. Por causa desses números, a Sociedade Brasileira de Dermatologia realiza todos os anos a campanha Dezembro Laranja para alertar as pessoas para a importância de usar o protetor solar.

Apesar da campanha, as projeções da doença são preocupantes. O INCA calcula que só em 2016 devam ser diagnosticados mais de 20 mil casos, chegando-se então a uma estimativa de mais de 175 mil brasileiros com esse tipo de tumor não melanoma (atinge as células da parte mais superficial da pele) e outros 5,6 mil casos do tipo melanoma (que se origina nas células que produzem melanina e são mais profundas).

Dicas de Prevenção

Além de uma alimentação saudável e a prática de exercícios físicos, a Sociedade Brasileira de Dermatologia recomenda a adoção das seguintes medidas de proteção:

  • Usar chapéus, camisetas e protetores solares.
  • Evitar a exposição solar e permanecer na sombra entre 10 e 16h (horário de verão).
  • Na praia ou na piscina, usar barracas feitas de algodão ou lona, que absorvem 50% da radiação ultravioleta. As barracas de nylon formam uma barreira pouco confiável: 95% dos raios UV ultrapassam o material.
  • Usar filtros solares diariamente, e não somente em horários de lazer ou diversão. Utilizar um produto que proteja contra radiação UVA e UVB e tenha um fator de proteção solar (FPS) 30, no mínimo. Reaplicar o produto a cada duas horas ou menos, nas atividades de lazer ao ar livre. Ao usar o produto no dia-a-dia, aplicar pela manhã e reaplicar antes de sair para o almoço.
  • Observar regularmente a própria pele, à procura de pintas ou manchas suspeitas.
  • Consultar um dermatologista no mínimo uma vez ao ano para um exame completo.
  • Manter bebês e crianças protegidos do sol. Filtros solares podem ser usados a partir dos seis meses de idade.

 

Edição: Mauri König

 

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